A Fajã de Santo Cristo é, sem dúvida alguma, uma das mais
famosas, e também das mais belas, Fajãs da Ilha de S.Jorge. Como prova disso
mesmo, em 1984, esta Fajã foi classificada como Reserva Natural pelo Governo
Regional dos Açores, devido às suas conhecidas e únicas amêijoas da lagoa.
Recentemente, este pequeno santuário foi nomeado como sítio de importância
internacional como Habitat de Aves Aquáticas, na Convenção de RAMSAR (Convenção
das Zonas Húmidas), tudo graças à sua Lagoa.
A Ermida de Santo Cristo, datada de 1835, transformou-se num
local de culto, onde a população de toda a Ilha caminham até lá, com o objectivo
de pagar promessas e a para pedir graças. A festa do padroeiro da Ermida
realiza-se no primeiro Domingo de Setembro, e festeja-se com Missa, Procissões e
arrematações, na qual a Fajã é invadida com imensas pessoas.
A Fajã de Santo Cristo, ou Caldeira, como é chamada pela
população local, deteve 111 habitantes permanentes no ano de 1891, tendo até
sido aberta uma escola primária, inaugurado um posto público de telefones e uma
pequena mercearia. Mais tarde, também foi criada uma rede eléctrica, que era
alimentada por um pequeno gerador, enquanto que também foi construído um pequeno
cais no interior da Lagoa, facilitando a passagem dos barcos. Contudo, tudo isto
foi destruído por um forte terramoto, em 1980, deixando tudo completamente
destruído e isolando a população do resto da Ilha, pois os dois acessos foram
cortados devido às derrocadas. Essas mesmas pessoas tiveram que ser evacuadas
por um helicóptero da Força Aérea Portuguesa, pois não havia qualquer outro meio
de chegar á Fajã rapidamente. Actualmente, existem poucos residentes permanentes
por ano, sendo um deles o guarda da reserva natural.
Esta é uma Fajã muito procurada por turistas, especialmente
no Verão, devido às suas características específicas, em especial a ondulação
que atrai imensas pessoas de todo o mundo para a prática de Bodyboard e Surf,
incluindo alguns surfistas de renome.
Esta é uma Fajã especial, pois a sua paisagem é simplesmente
paradisíaca, com uma tranquilidade inigualável e é ideal para quem busca paz e
quer descobrir uma Natureza deslumbrante, isolada do mundo.
Localização:
Pertencente à freguesia da Ribeira Seca do Concelho da Calheta, situando-se na
Costa Norte da Ilha de S.Jorge, Açores.
Acesso:
O acesso para esta fajã é feito por trilhos, havendo dois caminhos possíveis, um
da serra do Topo e outro da Fajã dos Cubres, sendo que o trilho pela Serra do
Topo é consideravelmente mais difícil embora compensador pela sua beleza.
Duração do percurso:
Cada trilho tem uma duração diferente, sendo o trilho feito a partir da serra do
topo pode demorar cerca de 2horas e o trilho a partir da Fajã dos Cubres cerca
de 30min.
Fauna:
Nesta fajã podem ser encontradas variadas espécies de fauna: Congro, moreia,
sargo, tainha, salema, pargo, pato, garajau, cagarro, ganso, pardal lambandeira,
melro, estroinho e com particular destaque para as famosas amêijoas da lagoa.