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Caminhando nas costas do dragão

Francisco de Lacerda

 

Francisco Inácio da Silveira de Sousa Pereira Forjaz de Lacerda, nasceu a 11 de Maio de 1869 na freguesia da Ribeira Seca, concelho da Calheta da ilha de São Jorge. Filho de uma família de artistas musicais instrumentistas, cresceu no seio desta e desde cedo demonstrou grande dote para a música, começando aos 4 o seu estudo, acompanhado pelo seu pai, percutindo já o piano lá de casa.

        Em 1883 parte para Angra do Heroísmo para concluir o secundário e posteriormente para o Porto para estudar Medicina, no entanto não deixou a música, tendo este desistido de Medicina pouco depois, e matriculando-se no Real Conservatório de Música de Lisboa, tendo como professores José António Vieira, Freitas de Gazul, entre outros.

        Em 1892 torna-se professor provisório do mesmo conservatório, passando a professor efectivo um ano depois. No ano de 1895, viaja para Paris como bolseiro do Estado e em 1897 inscreve-se na “Schola Cantorun” dirigida por Vincent d’Endy deixando a classe de orquestra e passando a exercer a função de chefe de orquestra.

        Em 1899 regressa a São Jorge passando 10 meses a pesquisar sobre o folclore da ilha. Depois de várias viagens e actuações pela Europa, devido a problemas familiares regressa de novo aos Açores, desta vez durante 8 anos, instalando-se na fajã da Fragueira. Entre 1913 e 1921 concentra-se na composição e estudos de Folclore e Música Tradicional Portuguesa, compondo mais de 50 canções.

        Em 1921 funda a Filarmónica de Lisboa. Em 1928 por motivos de Saúde fixa-se em Lisboa ocupando-se de investigação sobre o Folclore e músicas antigas portuguesas.

        Morre em 1934, vítima de tuberculose.

        Embora a actividade principal de Lacerda tenha sido sobretudo chefe de orquestra, fez numerosos estudos acerca de folclore, direcção, História da Música, sendo que se realça as suas “Trovas para voz e piano”, como sendo a sua obra mais notável retratando uma criação original que procura reflectir a linguagem musical popular portuguesa e açoriana.